O Hospital Pediátrico Maria Alice Fernandes está sofrendo devido a falta de médicos capacitados para atuar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Com esses serviços suspensos desde ontem (27), a unidade hospitalar também fechou o seu Pronto-Socorro na manhã desta quinta-feira (28) por falta de pessoal.
Segundo o diretor técnico do hospital, Renilson Rodrigues, o pronto-socorro tem 17 médicos cumprindo a escala de plantão, mas seriam necessários mais quatro para fechar a escala. “A situação é bem difícil, não vejo solução para o problema em curto prazo”, desabafa.
Com o fechamento e interrupção nos atendimentos na UTI pediátrica do hospital, o desembargar Cláudio Santos esteve hoje na unidade para discutir o assunto com a secretária adjunta de Saúde, Denise Aragão e os servidores do hospital. Durante o encontro, os servidores do hospital discutiram o problema e mostraram porque o problema é tão grave.
De acordo com a coordenadora do hospital, Luziana Correia, o problema é muito grave. “As dificuldades são muito maiores do que o que está sendo mostrado aqui hoje, isso é só a ponta do iceberg. As UTIs pediátricas vão ficar fechadas até segunda porque todos os médicos já cumpriram a carga máxima de plantões. Falta médico capacitado para trabalhar, temos uma necessidade urgente de contratação de pessoal”, destaca.
Ainda de acordo com ela, não é todo médico que pode atuar na UTI pediátrica, para exercer a função, o servidor teria que – além dos seis anos de curso, ter especializações nas áreas pediátricas e de terapia intensiva. Juntando tudo isso, no total, o médico precisa de nove anos de capacitação para trabalhar em UTIs pediátricas.
Embora a UTI do hospital já esteja com a reabertura marcada para a próxima segunda-feira, a unidade pode voltar a fechar nos próximos meses. “Olhe, a escala de agosto já está fechada, mas em setembro, outubro, novembro e dezembro nós temos o período de férias de alguns servidores, e por causa disso poderemos ter novos problemas para fechar a escala de plantão”, lamenta.
O desembargador Cláudio Santos, do Tribunal de Justiça do Estado, disse que o judiciário está à disposição para ajudar na solução do problema. “Saúde é o bem mais essencial que existe e esses serviços tem que ser prestados as pessoas que mais necessitam. Que se faça concurso, realize contratações imediatas, ou aumente o salário dos médicos. É preciso que se faça alguma coisa, o que não podemos é permitir que esse tipo de coisa volte a acontecer”, comenta.
Durante a reunião, mães de crianças que precisam de assistência médica estiveram no local para cobrar soluções para o problema. Para Luzia Saraiva, mãe de uma menina de 6 anos, a situação é desesperadora. “Imagina a mãe que tem um filho doente procurar o socorro-médico na porta do hospital e encontrar ele fechado. E o pior é você viver num estado onde a saúde não é prioridade. Espero que esse encontro tenha servido para sensibilizar o Governo e que ele possa buscar soluções para o problema”, ressalta.
Questionada sobre possíveis soluções para o caos na saúde pública, especialmente na falta de médicos no Hospital Maria Alice Fernandes, a secretária adjunta de Saúde, Denise Aragão, revelou que a pasta está com um processo para abertura de concurso público em andamento para a contratação de profissionais. No entanto, para resolver o problema em um curto prazo, ela revelou que a Sesap está com um processo de licitação junto a Cooperativa de Médicos (Coopmed) para a contratação imediata de profissionais.
Fonte: NO MINUTO
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