Na manhã deste domingo, há detentos em cima dos telhados e ainda é possível ouvir gritos e disparos de arma de fogo
NOTA À IMPRENSA
A respeito da rebelião em curso no presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal-RN, o Governo do Rio Grande do Norte esclarece que:
1. A rebelião teve início por volta das 17h, partiu de uma briga entre presos dos pavilhões 4 e 5 e está restrita aos dois pavilhões. Estão sendo levantadas informações acerca do envolvimento de facções criminosas. A polícia está trabalhando no local para a contenção da rebelião.
2. Não há registro de fugas;
3. As informações quanto ao números de mortos e feridos estão em levantamento, com pelo menos 10 mortes confirmadas até o momento;
4. Desde o início da noite, o governador do Estado do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, está no Gabinete de Gestão Integrada (GGI), com o secretário de Segurança Pública, Caio César Bezerra; o secretário de Justiça e Cidadania, Wallber Virgolino; o presidente do Tribunal de Justiça, Expedito Ferrreira; o procurador geral de Justiça do RN, Rinaldo Reis; o comandante da PM, André Azevedo; e representantes das polícias civil e federal, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e Força Nacional, no comando das medidas para a contenção e resolução do problema nas próximas horas;
5. O governador Robinson Faria entrou em contato com ministro da Justiça, Alexandre de Morais, para que o Governo Federal acompanhe a situação do Estado, e pediu reforço da Força Nacional no lado externo do presídio, o que foi autorizado prontamente;
6. Não há registro de nenhuma ação externa aos presídios. O problema está restrito a Alcaçuz e a população pode seguir com suas atividades dentro da normalidade.
Governo do RN
Aviso de Coletiva
O Governo do Estado informa que a partir das 10:00h deste domingo (15) será realizada uma coletiva de imprensa com o secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, para detalhar as ações policiais no presídio de Alcaçuz.
No início da manhã integrantes da Força Nacional, BOPE, Batalhão de Choque, GEP e agentes penitenciários de Alcaçuz e de outras unidades prisionais iniciaram a operação para entrar no presídio e conter os detentos rebelados.
O Gabinete de Gestão Integrada Estadual (GGI-E) permanece ativado, levantando informações e comandando as ações em andamento.
A coletiva acontece no Gabinete de Gestão Integrada Estadual (GGI-E), localizado no prédio da Sesed, no Centro Administrativo do Estado.
Assecom-RN
Polícia Militar entra em Alcaçuz; número de mortos ainda é incerto
Passadas mais de doze horas do início da rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz e no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, na região metropolitana de Natal, os presos continuam soltos em cinco pavilhões e ainda não há atualização em relação ao número de mortos, feridos ou foragidos.
Há detentos em cima dos telhados e ainda é possível ouvir gritos e disparos de arma de fogo. Pelo menos um pavilhão, que abrigava cerca de 250 homens, foi totalmente destruído.
De acordo com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed/RN), há 10 mortos espalhados pelos pavilhões rebelados. Alguns deles, decaptados.
Agentes penitenciários e policiais que atuam na unidade prisional, afirmaram que o número de mortos é muito maior. O Governo do Estado, porém, ainda não atualizou os dados.
Para tentar conter a rebelião, homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegaram à unidade prisional no início deste domingo. A entrada deles nos pavilhões teve início por volta das 7h.
O helicóptero da Sesed pousou no pátio externo da casa carcerária e deverá reforçar as ações de contenção dos rebelados. Cerca de 40 homens da Força Nacional reforçam a guarda externa da penitenciária para evitar fugas.
A guerra entre facções - Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do RN - motivou a rebelião. Presos do Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, considerado de segurança máxima, escaparam das celas e pularam o muro.
Depois eles cercaram o Pavilhão 3 e forçaram os presos que não pertencem a nenhuma das facções rebeladas a ajudá-los na invasão de outro Pavilhão.
Em seguida, eles cercaram o Pavilhão 4 e renderam os presos, que integram o Sindicato do RN. A partir daí, foi iniciado o confronto. Além das mortes, filmadas e distribuídas em grupos de Whatsapp pelos próprios detentos, eles destruíram a estrutura física das celas. Além disso, atearam fogo em colchões e atiraram pedras contra agentes penitenciários e policiais militares que estão nas guaritas.
Do lado de fora, familiares aflitos aguardam notícias e clamam pela entrada da Polícia Militar nos pavilhões para a retomada do controle da maior unidade prisional do Rio Grande do Norte.
A Penitenciaria Estadual de Alcaçuz tem capacidade para 620 homens, mas abriga cerca de 1.150. Construída numa região de dunas, cujo acesso é feito por estrada de barro, é cenário constante de rebeliões e mortes de presos.
Fonte: NO MINUTO
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