Açude Gargalheiras, em Acari, está praticamente seco por conta da estiagem prolongada
(Foto: Anderson Barbosa/G1)
O Governo do Rio Grande do Norte vai decretar, pelo quarto ano consecutivo, situação de emergência em 153 dos 167 municípios potiguares afetados pela seca. A informação foi confirmada na manhã desta sexta-feira (3) pelo coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, Elizeu Lisboa Dantas. Esta será a oitava vez seguida de decretação de emergência devido à estiagem que atinge 91,6% das cidades do RN. O novo decreto, assim como os anteriores, será válido por 180 dias e vai entrar em vigor no próximo dia 23 de março.
Elizeu Lisboa explicou que, por uma questão burocrática, o atual decreto em vigor não será renovado. "O que será feito pela equipe de segurança hídrica, coordenada pelo Gabinete Civil por meio da Defesa Civil, é a publicação de um novo decreto, que entrará em vigor a partir do dia 23 de março. Temos que fazer isso tendo em vista que o cenário atual ainda apresenta situação emergencial nesses 153 municípios".
Em dezembro, o G1 publicou matéria mostrando que a mais longa e severa estiagem da história do Rio Grande do Norte está fazendo o maior reservatório do estado - a barragem Armando Ribeiro Gonçalves - secar. A reportagem visitou sete cidades onde os canos estão secos ou há rodízio de água – em uma delas, até uma cidade submersa pela represa reapareceu. A seca afeta moradores, a produção agropecuária e até o PIB do estado. Atualmente, 76 cidades estão com algum tipo de rodízio de abastecimento e 18, em colapso hídrico - quando a Companhia que fornece água admite que não tem condições de manter o abastecimento e as cidades passar a ser fornecimento por caminhões-pipa. Estão em colapso: Almino Afonso, Antônio Martins, Francisco Dantas, João Dias, José da Penha, Luís Gomes, Marcelino Vieira, Paraná, Pilões, Rafael Fernandes, São Miguel, Serrinha dos Pintos, Tenente Ananias, Venha-Ver, Bodó, Cruzeta, Lagoa Nova e Tenente Laurentino Cruz.
Elizeu Lisboa disse que as chuvas registradas nos últimos dias no interior do Estado ainda são insuficientes para tirar as cidades da emergência. "Choveu, algumas barragens e açudes tomaram água, poucos até encheram. Mas isso ainda é insuficiente. Infelizmente, vamos ter que manter a emergência", falou.
O coordenador da Defesa Civil disse que o Governo do RN segue trabalhando junto ao Ministério da Integração na liberação de mais recursos. "Essa verba servirá para construção de novas adutoras de emergência, perfurações de poços e demais ações que visem contornar a grave situação pela qual esses municípios atravessam".
Segundo ele, até o momento, os repasses feitos pelo Governo Federal - destinados a garantir a continuidade do fornecimento de água potável à população, como também a contratação de uma empresa para monitorar o roteiro dos veículos durante as rotas de captação e abastecimento - somam R$ 12,7 milhões.
Fonte: G1RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário