A falta de castanha de caju no mercado brasileiro, consequência da seca nos anos 2011 e 2012, culminou com o encerramento “temporário” das atividades da fábrica de beneficiamento da Castanha Iracema, em São Paulo do Potengi, cidade distante 71 quilômetros de Natal. No dia 31 de julho passado, 457 funcionários foram demitidos. Na porta da fábrica, eles faziam fila para devolver fardamentos e assinar a rescisão contratual. Como consequência direta da demissão coletiva, entre R$ 500 mil e R$ 600 mil deixarão de circular a partir deste mês na economia da cidade, que tem aproximadamente 16 mil habitantes, cuja maioria trabalha no comércio ou no funcionalismo público.
Os valores que não mais farão parte da economia do município são relativos ao valor da folha de pagamento da indústria que, ao lado da Usibrás, em Mossoró, ocupava lugar de destaque no beneficiamento de castanha de caju no Rio Grande do Norte, exportando parte da produção para o mercado internacional. A combalida economia potiguar sofre, com a paralisação da produção na Iracema, um novo baque com o batalhão de desempregados que ganhou as ruas desde a quinta passada. A consequência das demissões gera temor em comerciantes locais e na própria Prefeitura Municipal. Representantes da Iracema no Estado não falam sobre o assunto.
Segundo dados do Executivo Municipal de São Paulo do Potengi, o valor gasto pela Iracema com os antigos funcionários era superior ao repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), realizado pelo Governo do Estado mensalmente. No mês passado, por exemplo, o município recebeu R$ 408.103,99 relativos ao FPM. “É um impacto grande para a economia do município, infelizmente”, lamenta o prefeito José Leonardo Cassimiro de Araújo. Ele acredita, porém, que a produção será retomada em, no máximo, nove meses. Nada, porém, está garantido.
Fonte: Tribuna do Norte
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