O Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país, fechou o segundo trimestre do ano com alta de 0,2% na comparação com primeiro trimestre, na série ajustada sazonalmente. Na comparação com o segundo trimestre de 2016, a variação do PIB foi de 0,3%.
Os dados fazem parte de pesquisa divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o PIB acumulado nos quatro últimos trimestres continua negativo em 1,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
Com o resultado do segundo trimestre, o PIB fecha os primeiros seis meses do ano com “variação nula” em relação ao primeiro semestre de 2016. .
Comércio e consumo das famílias influenciam PIB
A alta verificada no comércio e a retomada do consumo das famílias levaram o Produto Interno Bruto (PIB) a fechar o segundo trimestre do ano com alta de 0,2% na comparação com primeiro trimestre, na série ajustada sazonalmente. Na comparação com o segundo trimestre de 2016, a variação foi de 0,3%. .
É o segundo resultado positivo consecutivo, uma vez que, no primeiro trimestre do ano, o PIB cresceu 1% comparativamente ao quarto trimestre de 2016 – o primeiro número positivo depois de dois anos de quedas seguidas.
O resultado positivo do segundo trimestre mostra a Agropecuária (principal responsável pela expansão de 1% do primeiro trimestre) com variação nula (0,0%), a Indústria com queda de 0,5% e os Serviços, que respondem por 73,3% do PIB, com alta de 0,6%.
Os dados das Contas Nacionais Trimestrais evidenciam - no caso da Despesa de Consumo das Famílias - o crescimento de 0,7% na comparação com o mesmo período de 2016, e ocorre após nove trimestres consecutivos de queda.
O resultado, segundo o IBGE, foi influenciado “pela evolução de alguns indicadores macroeconômicos ao longo do trimestre, como a desaceleração da inflação, a redução da taxa básica de juros e o crescimento, em termos reais, da massa salarial”.
Com alta de 1,4% também na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2017, o consumo das famílias voltou a registrar crescimento porque no trimestre anterior houve estabilidade (0,0%).
A coordenadora de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis, foi taxativa: “O comércio, pelo lado da oferta, e o consumo das famílias, pelo lado da demanda, foram as principais influências para a variação positiva de 0,2% do PIB”.
Ela, no entanto, ressalta a necessidade de se olhar também para outras comparações: “No primeiro semestre, o consumo das famílias ainda está em queda (-0,6%) ainda que menos intensa do que nos trimestres anteriores”.
Afirmou que, embora no semestre o PIB tenha mostrado variação nula com a indústria e os serviços fechando em queda acumulada, “a agropecuária apresentou um expressivo crescimento de 15%”.
A coordenadora admitiu que a economia brasileira está em um ciclo de melhora, mas ainda não se configura uma recuperação e que os gastos [da sociedade] foram impulsionados por uma conjunção de fatores como o controle da inflação e o saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). “Estamos num ciclo ascendente da economia, mas ainda não dá para chamar de recuperação”, disse.
Rebeca observa que, na comparação com o primeiro trimestre, enquanto os serviços acusaram crescimento de 0,6%, a indústria está em queda (-0,5). Já o resultado nulo da agropecuária neste segundo trimestre é atribuído a um efeito-base. “A agropecuária já havia crescido 11,5% no trimestre passado, então, o que se vê nessa variação nula é um efeito-base” [a base de comparação é com um crescimento de 11,7%%].
Formação Bruta de Capital Fixo tem contração de 6,5%
A Formação Bruta de Capital Fixo, que mede o quanto as empresas aumentaram os seus bens de capital, sofreu contração de 6,5% no primeiro trimestre de 2017, a 13ª consecutiva. O recuo é justificado pela queda das importações de bens de capital e pelo desempenho negativo da construção neste período.
O Produto Interno Bruto no segundo trimestre de 2017 totalizou R$ 1,639 trilhão, sendo R$ 1,422 trilhão referente ao Valor Adicionado a preços básicos e R$ 216,5 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
A taxa de investimento no segundo trimestre de 2017 foi de 15,5% do PIB, abaixo do observado no mesmo período de 2016 (16,7%). Já a taxa de poupança alcançou 15,8% no segundo trimestre de 2017 contra 15,6% do mesmo período de 2016.
Fonte: Agencia Brasil EBC
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