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domingo, 19 de agosto de 2018

Temer convoca reunião para discutir ataque a venezuelanos em Roraima


O presidente Michel Temer convocou para hoje (19), às 10h30, reunião no Palácio da Alvorada, para discutir a crise causada pela reação de moradores do município de Pacaraima, em Roraima, que fica na fronteira com a Venezuela.


Os moradores expulsaram venezuelanos de barracas e abrigos, inclusive ateando fogo, depois que um comerciante local foi assaltado e espancado.

Temer chamou para a reunião os ministros Raul Jungmann (Segurança Pública), Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores), que pode ser representado pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Marcos Galvão, pois o chanceler tem viagem marcada para a Bolívia.


O Ministério da Segurança Pública enviará efetivo extra da Força Nacional para Pacaraima, onde as equipes já desenvolvem operação de apoio à Polícia Federal. A previsão é que o reforço chegue amanhã (20) à cidade.

A imprensa de Roraima menciona ainda reforço por parte da Polícia Federal. Não há confirmação deste dado.

Caso

A tensão começou no fim deste sábado (18) com um ato em frente ao Comando Especial de Fronteira do Exército, que fica na cidade, contra a presença de refugiados da Venezuela.

A manifestação pacífica culminou com episódios de violência.

A crise foi deflagrada por um assalto e espancamento de um comerciante em casa supostamente por quatro venezuelanos, provocando revolta nos moradores.

Também irritou a população a falta de uma ambulância para socorrer o comerciante, que foi atendido no hospital da cidade. Seu estado de saúde é estável.

À Agência Brasil, o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, que está fora de Roraima, disse que a situação ainda não está controlada e que, segundo sabe, venezuelanos continuam a ser perseguidos para fora da cidade.

Reações

O governo de Roraima informou, em nota, ter enviado reforços da Polícia Militar para conter os ânimos, bem como profissionais de saúde e medicamentos para suprir as necessidades do hospital de Pacaraima. O texto também afirma ser “preciso que o Exército Brasileiro garanta a ordem na fronteira com a Venezuela”.

Na nota, o governo de Roraima voltou a reivindicar o fechamento da fronteira com a Venezuela e uma maior atuação do governo federal para lidar com a crise humanitária.

A Força-Tarefa Logística Humanitária - composta pelas Forças Armadas e integrada por organismos internacionais, organizações não governamentais e entidades civis - divulgou nota em que diz prestar apoio aos atendimentos no hospital local e que “repudia atos de vandalismo e violência contra qualquer cidadão, independentemente de sua nacionalidade”.


O governo federal enviará a Roraima um reforço de 120 homens para a Força Nacional, além de, no próximo domingo (26), 36 voluntários da área da saúde para atendimento aos imigrantes venezuelanos, em parceria com hospitais universitários. As medidas estão entre as ações anunciadas hoje (19) pelo presidente Michel Temer após reunião de emergência com ministros no Palácio da Alvorada, convocada para avaliar a situação na fronteira do Brasil com a Venezuela.

De acordo com o Ministério da Segurança Pública, nesta segunda-feira (20) irão 60 homens, e depois mais 60, ainda sem data definida, o que totaliza 151 homens da Força Nacional em Pacaraima, com os 31 que já se encontram no estado.

FONTE: AGENCIA BRASIL EBC

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