Atletas amadoras, clubes de aluguel, campos improvisados, falta de patrocinadores e investimentos. No Brasil, o futebol feminino ainda tem um longo caminho para consolidar seu processo de profissionalização. Entretanto, a onda de apoio à seleção brasileira nesta Copa do Mundo, sobretudo por parte da torcida, surge como um fio de esperança para a geração de mulheres que, a duras penas, conseguiu atrair holofotes em direção à modalidade. Se faltam a elas um título de expressão, sobram façanhas individuais.
No Mundial da França, Marta se tornou a maior goleadora das Copas – ao lado de Miroslav Klose, no masculino – e a única a marcar em cinco edições diferentes.
Cristiane está prestes a alcançar Pelé na artilharia histórica da seleção.
E Formiga, em sua sétima disputa, bateu o recorde de participações no torneio. Ídolos que são referências para outras mulheres e, mais do que isso, embaixadoras do esporte.
As transmissões na TV contribuem com o fenômeno de adesão à torcida pelas mulheres. Na estreia do Brasil, no último domingo, a audiência da Globo praticamente dobrou em relação à média do horário, com picos de 24 pontos no Kantar IBOPE. O interesse pela Copa se reflete entre os leitores do EL PAÍS. As coberturas em tempo real, minuto a minuto, das duas primeiras partidas da seleção feminina no Mundial renderam quase o dobro de pageviews que os amistosos de preparação da equipe masculina para a Copa América, contra Catar e Honduras.
Em várias cidades pelo país, empresas têm aderido ao movimento de liberar funcionários ou disponibilizar televisões para os jogos. Os bares também aproveitam o furor. Como de praxe em Copas masculinas, estabelecimentos fazem promoções especiais o oferecem telões para atrair torcedores e torcedoras. A campanha Jogue Como Uma Garota mapeou 22 bares com proprietárias mulheres, em 13 estados, que transmitem os jogos ao vivo com o objetivo de engajar ainda mais a torcida brasileira.
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